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KARLA CALASANS
CASA MINHA
É por ti que espero
e tão logo me desapego.
Te aguardo,
ainda que não te vejas,
mas sinto.
O ar falta,
apertam-se as pernas e
por elas trilham
Na linha das juntas,
encontro asas que anunciam o invento
e coso.
Coso o feito pelo não feito,
enquanto a mão passa e amarela a casa,
trazendo junções de um tempo.
Um tempo de mirar a vida por uma morada miúda
e deixar o botão, na sua dimensão, entrar.
Entrar transparente,
branco, dourado, bordado.
Entrar ardente
e logo em frente
abrir espaços
para atar,
de par em par,
a centelha do reatar.
Fonte: CALASANS, Karla. Nas Bordaduras de um botão. Brasília: Logos 3, 2014. p.7.
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