Quarto Ato : Joaquim Bezerra da Nóbrega e a poesia de cordel brasiliense
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No universo da literatura nordestina que fincou raízes no solo rubro do Centro-oeste, a poesia de um poeta singular passa a falar alto e a fazer escola na nova capital. Foi cantando em versos cordelistas que o poeta Joaquim Bezerra da Nóbrega tornou-se um dos nomes mais expressivos desta nova – porém velha – cultura literária da capital. Uma literatura que, nos dias atuais, é presença constante nas feiras de livros da cidade, mas, principalmente, se faz presente no coração da capital, na Feira da Torre de TV, onde, todos os fins de semana, Joaquim Bezerra da Nóbrega expõe ao público sua vasta obra, para que moradores locais e turistas venham ler seus versos sobre assuntos e temas vários que permeiam a rotina do Distrito Federal.
Elaborada com uma linguagem simples, com uma preocupação artística singela e encantadora, o cordel de Joaquim Bezerra da Nóbrega é o registro de uma arte literária que cruzou mares, atravessou as barreiras do tempo, criou raízes no ambiente rural do sertão pobre e seco do Nordeste brasileiro, e que, enfim, aportou na cidade que representou o sonho desencantado do desenvolvimento do país do futuro. Ao aglutinar todos estes contextos, o cordel do poeta de Ceilândia é o símbolo de uma miscigenação cultural que segue seu caminho nas folhas e nos cordões e nas barracas das feiras da cidade.