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Terceiro Ato : Anderson Braga Horta e a poesia do esmero, do amor e do olhar

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A poesia de Anderson Braga Horta parece, de fato, aprofundar suas raízes no solo fértil e envolvente de um romantismo que transita entre os ideais dos poetas do século XIX e o amor cantado e vivido pelo novo romantismo de Vinicius de Moraes. Com a mesma paixão que vive o amor, o poeta também apresenta um eu-lírico preocupado, consciente e crítico de estruturas sociais que se caracterizam pela autodestruição, motivada pela ganância, pela manutenção de uma estrutura social em que poucos se afirmam detentores do poder sobre muitos enfraquecidos e subjugados.

Vê-se uma poesia que transita com grande maturidade entre a consciência crítica e a sentimentalidade que não cega, mas que deixa ainda mais à flor da pele a sensibilidade sobre as coisas do mundo, principalmente aquelas que considera de maior importância. Todo este percurso elaborado em um discurso poético que destaca a mestria do poeta com um fazer poético que revisita as tradições dos grandes poetas do soneto decassílabo e que se deixa também influenciar pelas propostas inovadoras do verso livre e das formas inusitadas dos poetas modernistas.

Multifacetado, embora especialmente dedicado à lírica-amorosa, a poesia de Anderson Braga Horta transborda uma rara capacidade de versificar, usando as palavras e a sintaxe com um esmero que não se vê comumente na poesia brasileira que adentra pelo século XX, especialmente entre os poetas surgidos após os anos 50. À riqueza formal o poeta soma uma rica e inspiradora coleção de imagens que atribuem à sua poesia uma grande carga sentimental e de consciência, dando vazão, enfim, a uma obra poética cujos louros são mais que merecidos.

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